Trocar de Mão – Cipriano Justo

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Descrição

Trocar de Mão – Cipriano Justo

Campo da Comunicação

Z26

Título: Trocar de Mão Autor: Cipriano Justo ANO DE EDIÇÃO: 2011 Capa: 4 cores – com badanas Miolo: 1 cor Formato: 220 x 150 mm Nº pág: 56 ISBN: 978-989-8465-06-1 ENCADERNAÇÃO: brochado Nos livros que já publicou, Cipriano Justo veio assumindo um trajecto à margem dos protocolos líricos dominantes ou, numa outra possibilidade, dos experimentalismos mais cedo recobertos pela inércia das convenções. Os três últimos (“Veneza”, “Residência Fixa”, “Os Rios Flutuantes”) puderam, de resto, maturizar escolhas e procedimentos que tanto visam anular a reiteração formal própria como registos epigonais. Pouco a pouco, acentuou-se a autonomia de um olhar que acossa, estilhaça e reordena o real objectivamente segmentado enquanto evidência, projecção problematizadora e dialógica, espaço do contraditório, habitação do desejo, mecanismo fusional ou dissipativo. E surpresa, canto, alucinação. Estes marcadores encontravam-se já na obra precedente, a par de mecânicas que incluíam o fascínio pelo jogo, até às cercanias do labirinto, na organização semântica e nas opções micro-estruturais. Aqui, numa busca obstinada de exactitude e de despojamento, alargam-se entretanto os horizontes narrativos, de índole não raro parabolar, os ensaios de escalpelização dos temas e objectos convocados, o instrumentário argumentativo e as dinâmicas conceptuais em que “a ortografia do voo” radica. Os poemas que integram o presente volume, na realidade, mais do que conjunto ocasional ou articulado, um poema em sequências, encadeamentos, capítulos, com suas fissuras, linhas de regresso, continuidade e superação, contam uma estória sem cronótopos explícitos (apesar de uma data, uma qualquer data?) nem personagens nomeáveis, a elaborar-se entre o difuso e o expresso, onde tudo é, em essência, indeterminação, debate, ordem reconstituinte, urgência, síntese, seminalidade. E essa osmose de mythos e logos em que uma poetologia consciente sobrenada os tópicos ficcionais. Como em “Micropaisagem” ou “Finisterra”, de Carlos de Oliveira, prevalecem indicações de transumância, humanovivencial e de sentido, procura e povoamento do espaço (também beligerância, acordo, apaziguamento), notação do mínimo e da amplitude, do rizomático, um pretérito reavido e o instante que caminha, em que se faz caminho, e é conflito, processamento entrópico, afeiçoar de elos, poeira e aura. Não estranha, pois, uma adstrição (dir-se-ia) de pendor historiográfico à memória geracional que, em certa medida, este livro é. Nos eventos e “fugas, assaltos, combates e outros avisos”, como no nomadismo dos insubmissos que deixa pegadas na euforia e na derrota, nas trincheiras onde a terra tumultua, aquém ou além do êxodo ou da errância. Com a sua engrenagem amiúde alusiva, “Trocar de mão” contêm incisões impreteríveis: os topónimos, por exemplo, mesmo que arbitrários, deslocáveis (Toscânia, Guadalquivir, bacia do Mediterrâneo), as identificações (bolchevique lendo catecismo à sombra do chaparro com a mula por perto), as teorias políticas (num eixo marxista), as épocas, andamentos do devir utópico e concreto. As máscaras. Porque, algures no indefinível que somos, somos sempre subterrâneos, encobertos, clandestinos? A uma tal luz, compreender-se-á decerto o teor expositivo, quando não demonstrativo, e aforístico de inúmeros versos, apurados com a minúcia do fabbro, os saberes do arqueólogo, numa rejeição radical de tecidos adiposos. Assim, ao acaso: “conviver com a única fronteira, a discórdia”, “violentas como as desigualdades são as fórmulas”, “Hesita em parar. Por agora. Pelo menos enquanto o dilema se mantém”, “o resultado é um epicentro à volta do qual os iguais ganham raízes”. Discurso estreme na aparente circularidade em que assenta, conhece a força reequilibradora dos fluidos (a água, desde logo, matriz e motriz de reminiscência), a cintilação dos resíduos, não desperdícios, as tatuagens, os sulcos, os afectos que nenhum racionalismo elidirá, a sublevação contra a morte portátil da condição que nos coube. Numa escrita tersa, feita de subtilezas e cromatismos, “Trocar de mão” consolidam a presença infungível de Cipriano Justo no pecúlio poético que remanescerá de quanto passa. Num lugar oposto a gratuitidade e trivialização, no ínfimo e mais íntimo consumado. Para surpresa de alguns e grato proveito dos leitores. do prefácio de José Manuel Mendes
Cipriano Justo, transmontano de Montalegre, com uma longa estada em Moçambique, médico, doutorado em Saúde Comunitária pelo ICBAS e professor catedrático convidado na ULHT.

Condição: NOVO! Vários exemplares disponíveis.

 

Informação adicional
Peso 0.151 kg