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Devo a mim próprio a memória da minha vida – FERNANDO PITEIRA SANTOS

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Descrição

Devo a mim próprio a memória da minha vida – FERNANDO PITEIRA SANTOS

Campo da Comunicação

ZZ1/ZZ2+YA1

COORDENADORA Maria Antónia Fiadeiro
FERNANDO PITEIRA SANTOS 1918-1992
Não sei se a Vila de Peniche tem qualquer interesse ou qualquer beleza. Mas em dias de sol e de certos pontos da cerca fortificada o panorama é largo e surpreendente. Vê-se a costa atlântica até bastante longe e a areia fulva alterna com os pinhais, à direita e à esquerda da Vila vetusta. Pelo ocidente o mar azul, muito, aperta-nos de encontro a esta velha e dividida Europa, dá-nos a ideia do ilimitado e um limite necessário e irremediável aos olhares e à ansiedade. Minha Amiga Agradecia-te que trouxesses de minha casa as Cartas de Antero que deixei sobre a secretária porque não são minhas e adiantava trabalho para o livro. Também preciso de um pacote de lâminas gillette azul. Ainda tens dinheiro? Meu querido Padrinho Recebi hoje a tua carta. Li-a, reli-a, tornei a ler. Não te sei dizer quantas vezes ainda a lerei mas posso-te afirmar que muitas. Querida Stella Nesta luminosa tarde de Setembro, sem melancolia, sem despeito, recordei aqueles versos do “Diário” de Miguel Torga: “Como a tarde sem mim tem alegria Como o sol vai contente sem me ver” Querido Fernando Procuro resolver as dificuldades, – repara que não digo problemas – que surgem pelo facto de tu não estares presente, e nem sempre consigo. Ao ministro dos Negócios Estrangeiros Alberto Franco Nogueira Penso na distância entre a política sem futuro em relação a África de que é solidário e o estímulo das palavras que dedicou à contribuição do Castro Soromenho para uma “literatura negra verdadeira”. Pergunto-me se ao chegar a sua casa depois de um dia de inglório trabalho nas Necessidades será capaz de reler os poemas do Manuel da Fonseca ou do José Gomes Ferreira? Pergunto-me se ainda lhe é consentido admirar um Casais Monteiro ou um Miguel Torga? Pergunto-me se as páginas de “Uma Abelha na Chuva” ou os versos da “Terra de Harmonia” não terão para si hoje um acre e estranho sabor? Pergunto-me se do mistério das suas cores quentes, do traço exacto e forte, as camponesas de Pavia não o olham com um desolado espanto? ANO DE EDIÇÃO: 2013 NÚMERO PÁGINAS: 156 FORMATO: 15,5 X 22,5 cm ISBN: 978-989-8465-11-5 SINOPSE Ler estas cartas, de Fernando Piteira Santos, no seu conjunto, é escutar uma época histórica portuguesa – o período salazarista – que durou 48 anos, quando falar de muitas coisas da vida quotidiana,- e a vida é diária -, era censurado, penalizado, proibido. Mesmo dentro das famílias, onde, em vez de espaços de convivência abertos, protegidos, geradores de generosidades e alegrias, eram, na realidade, ou espaços submetidos, fechados ou então de conspiração, desconfiança, rivalidades e autoridades várias. Eram espaços de medo de quase tudo. Foi um tempo insidioso e obscuro. Arrastado, convulso. Era um país fechado. ´Já não é?’ São cartas manuscritas inéditas onde se contam e se reflectem assuntos, relacionados com a vida de um pequeno agregado familiar que abrangem períodos de prisão, clandestinidade e exílio,quando a ditadura imperava em todo o país ostensivamente, abusivamente e em todos os lares sub-repticiamente. Maria Antónia Fiadeiro Licenciada em Filosofia (FFCL/USP – São Paulo/Brasil/1972 ; Mestre em Estudos sobre as Mulheres (Universidade Aberta /Lisboa/1999). Jornalista. Investigadora Independente. Publicou: Aborto – o crime está na Lei; Cronologia da Luta das Mulheres; Mulheres Século XX 101 livros (Uma bibliografia feminista fundadora); Fernando Piteira Santos, português, cidadão do Século XX (In Memorium) Maria Lamas, Biografia; Fernando Piteira Santos: Mestres, Amigos e Companheiros. Maria Mendes. Procura-se. A Vida. A Obra. A Mulher. A Artísta (filme Maria Mendes, realização de Maria Antónia Fiadeiro)

Condição: NOVO! Vários exemplares disponíveis.

 

Informação adicional
Peso 0.401 kg